quarta-feira, 12 de julho de 2017


Criado em 2004, o projeto “8 Segundos” tem sido um diferencial nas festas de rodeio realizadas em Quirinópolis. Trata-se de uma atividade de extensão da UEG. “Às vezes, a comunidade fica em dúvida em ver a universidade fora das quatro paredes da sala de aula. Mas, o ensino superior tem um papel muito mais abrangente”, explica o idealizador do projeto, professor Leon Alves Correa. Para isso, ele cita o tripé educacional: extensão, pesquisa e ensino.
projeto é uma atividade pioneira no Brasil. Tudo começou em 2004, quando Marlon Rodrigues, ex-peão, e aluno da UEG à época, procurou a direção da universidade a fim de sugerir que a UEG pudesse oferecer alguma colaboração para os competidores (peões). Naquela oportunidade, foi discutido o que poderia ser oferecido. Nascia ali o “8 segundos”, ainda de forma tímida, mas que cresceria muito com o passar dos anos. Leon lembra que a profissão de rodeio só foi oficializada em 2002 por força de Lei. Até então, competidor não tinha nenhum amparo legal, e mesmo ele tendo sido amparado pela legislação, o apoio ainda era pequeno. “A vida do competidor é uma vida muito dura, principalmente daqueles que não conseguem boas premiações. Geralmente a estrela da festa é o cantor, é a rainha do rodeio, e o locutor. Quirinópolis realmente tem feito a diferença”, disse Leon, acrescentando: “Hoje a disputa para participar do rodeio de Quirinópolis é grande. Hoje todo competidor quer participar do rodeio daqui, porque é uma festa muito boa, o rodeio show extrapola as fronteiras do estado, pelo apoio que a universidade e a prefeitura tem dado através do projeto”.
São oferecidos paralelamente ao Rodeio Show, através do “8 Segundos”, a hospedagem e alimentação durante os dias do rodeio profissional. Quando o competidor chega à cidade, ele é encaminhado ao projeto, onde recebe todos esses benefícios. De 2004 pra cá, o projeto evoluiu muito. Segundo ele, durante todo esse tempo, problemas de saúde tem sido detectados. Neste caso, o laudo é repassado aos competidores de forma sigilosa. No início era feita uma avaliação mínima dos competidores. Hoje são verificados a postura, o risco cardíaco, e até o percentual de gordura; tudo isso, objetivando a confecção de um banco de dados. Investigar o que é decisivo para o competidor parar no lombo do animal; é esse o grande objetivo da UEG ao criar o projeto.
Se existe grande interesse entre os peões em participar do rodeio em Quirinópolis, os acadêmicos de Educação Física também disputam a participação no projeto. Em 2004, 10 universitários estavam envolvidos. Hoje são 30. A aceitação é tanta, que foi preciso fazer uma seleção entre os mais de 80 inscritos. Após o processo de escolha, existe todo um processo de preparação antes do início das atividades.
“A categoria do competidor é muito mal amparada. As premiações crescem a cada ano, mas não há uma preocupação com todos os competidores. Os primeiros ganham e os demais não ganham nada. O projeto se preocupa até mesmo com a condição do competidor na arena. O fundo do brete não é um local adequado para preparação. Ali deveria existir uma sala reservada, água, fisioterapeuta, e esse diferencial existe em Quirinópolis. Os competidores que passam por aqui tem o Rodeio Show como referência para outros rodeios. Então, eles querem ter o mesmo tratamento e receber o mesmo benefício em outros municípios”, destaca o coordenador. O Projeto “8 Segundos” já atuou em São Simão nos anos de 2007 e 2008; e em Formosa em 2009.